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Igreja de S. Francisco reabre após obras de reabilitação

Igreja de S. Francisco, em Évora. Fotografia: Nuno Veiga / Lusa.
Igreja de S. Francisco, em Évora. Fotografia: Nuno Veiga / Lusa.

Classificada como monumento nacional e integrada no Centro Histórico de Évora, considerado pela UNESCO como Património da Humanidade, a Igreja de S. Francisco reabriu recentemente ao público, depois de uma vasta intervenção de valorização que durou cerca de um ano e meio.

A obra, que envolveu um investimento de mais de quatro milhões de euros, abrangeu duas vertentes distintas: uma de natureza construtiva e estrutural, realizada pela Stap, S.A., e outra envolvendo trabalhos de conservação e restauro, levada a cabo pela Monumenta, Lda.

A intervenção resultou da iniciativa da Fábrica da Igreja Paroquial da Freguesia de S. Francisco, liderada pelo Cónego Manuel Ferreira. O investimento teve uma comparticipação de 70% de fundos comunitários, através do programa operacional regional InAlentejo, tendo a paróquia assegurado os restantes 30%.

A intervenção estrutural visou corrigir deficiências do comportamento esperado em caso de sismo, detetadas através de estudos realizados pelo Departamento de Engenharia Civil do Instituto Superior Técnico. Toda a estrutura do edifício estava em risco, ameaçando não só um importante património histórico, mas mesmo vidas humanas. Foi feito o reforço da estrutura da igreja e a reabilitação e beneficiação das coberturas, com o objetivo de melhorar a respetiva impermeabilidade e isolamento térmico.

As abóbadas da nave principal da igreja apresentavam fendas de apreciáveis dimensões, resultantes do terramoto de 1755 e orientadas segundo o eixo principal. Uma das medidas previstas no projeto foi a execução de pregagens constituídas por um varão de aço inoxidável envolvido por uma manga textil. Nesta técnica, a calda de injeção destinada a ancorar o varão fica confinada à manga textil, evitando a propagação descontrolada no seio da alvenaria e a eventual danificação dos revestimentos.

A intervenção de conservação e restauro centrou-se no património integrado, nomeadamente as superfícies de pedra, a escultura, a pintura mural e de cavalete. Todos os altares, talha e frescos foram objeto de conservação, num processo envolveu onze especialidades de restauro. Esta vertente abrangeu ainda a célebre Capela dos Ossos, localizada no interior da igreja. As estruturas osteológicas que forram o interior foram reforçadas e limpas, tendo sido colocado um painel de azulejos da autoria de Siza Vieira à entrada.

Foi ainda criada uma nova área museológica, localizada na antiga ala das celas dos monges, que irá albergar o espólio de arte sacra da igreja e deverá abrir ao público em novembro. A galeria que circunda as paredes da igreja irá acolher uma coleção de presépios.

A obra em conclusão foi visitada no passado dia 21 de setembro pelo secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, Manuel Castro Almeida, que destacou o potencial turístico da valorização do património.

05/10/2015

Galeria


Igreja de S. Francisco, em Évora. Fotografia: Nuno Veiga / Lusa.

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