A Câmara Municipal de Lisboa anunciou no dia 10 de Janeiro a construção de um silo automóvel na zona central da frente ribeirinha, no âmbito do projecto de requalificação da Ribeira das Naus.  Este projecto, originalmente destinado a "aproximar Lisboa do Tejo", passou a incluir a construção de um silo automóvel de três andares no largo do Corpo Santo, mais precisamente na zona delimitada pelo edifício do Arsenal da Marinha, a Rua do Arsenal e o bloco de edifícios que se estende até ao Cais do Sodré. Dos 300 lugares previstos, cerca de metade seriam para funcionários públicos da Marinha e das Agências Europeias.

 

Os responsáveis camarários invocaram razões financeiras para terem substituído o inicialmente projectado estacionamento enterrado com jardim à superfície por um silo a escassas dezenas de metros do rio: “Enterrado custaria dez milhões, e teria maiores custos de manutenção, enquanto em silo custa 4,5”, explicou o vereador do Urbanismo, Manuel Salgado.

 

A obra, que deverá prolongar-se até ao fim do ano, foi entregue por ajuste directo à Sociedade de Empreitadas e Trabalhos Hidráulicos. 

 

Mais de 1700 pessoas contestam a construção do silo automóvel no largo do Corpo Santo, numa petição que exige à Câmara de Lisboa a suspensão imediata do projecto e uma discussão pública com alternativas para o desenvolvimento desta zona.

 

Os peticionários alegam que a construção do silo não só constitui uma barreira visual entre a cidade e o rio, que descaracteriza de forma irreversível esta zona de Lisboa, mas também um incentivo à circulação automóvel numa das zonas mais bem servidas por transportes públicos da cidade.