A iniciativa, lançada na sequência duma reportagem surgida semanas antes no Expresso, levou à resolução de um impasse que se arrastava há anos, e à conclusão do referido acordo. O município de Cascais, que até então assistia passivamente aos abusos que vinham sendo cometidos contra o edifício e a sua envolvente, ficou sem qualquer desculpa para intervir e viu-se obrigada a realizar imediatamente as obras de conservação que há muito se impunham.
São obras provisórias destinadas a travar o processo de degradação, que tornaram agora possível o usufruto do local pelo público interessado no valioso património histórico em presença, enquanto se desenvolve um projeto que conduza à sua adequada valorização. É ao desenvolvimento desse projeto que o
Fórum do Património vai agora prestar atenção, tendo em vista assegurar o uso compatível da construção e da sua envolvente e evitar a repetição de erros cometidos noutras unidades do património cultural construído do concelho, desvirtuadas por intervenções demasiado intrusivas e pouco consentâneas com os interesses das comunidades locais.
Embora se consubstancie como uma primeira batalha na guerra contra o ataque ao Património cultural, esta ação demonstra como a sociedade civil pode e deve intervir na defesa de uma herança comum a todos. Que o Forte de Santo António da Barra seja de novo reconhecido como um bastião da luta que a cidadania ativa pode travar, com todos os instrumentos legais disponíveis, para recuperar, manter e revalorizar espaços que, sendo de todos, precisam de todos os que deles possam convenientemente cuidar.