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Cientistas italianos condenados a prisão por subestimarem os riscos do sismo de Áquila

Palazzo del Governo, depois do terramoto (Alessandro Bianchi/REUTERS).
Palazzo del Governo, depois do terramoto (Alessandro Bianchi/REUTERS).

No passado dia 22 de outubro, um tribunal italiano condenou seis cientistas e um antigo responsável governamental a seis anos de prisão, acusando-os de homicídio involuntário por terem subestimado os riscos do terramoto que, a 6 de abril de 2009, provocou 309 vítimas mortais na cidade de Áquila.

Após meses de pequenos tremores de terra, a Comissão Nacional Italiana para a Previsão e Prevenção de Grandes Riscos reuniu a 31 de Março de 2009, poucos dias antes do grande abalo, para avaliar o risco da ocorrência de um grande sismo.

Na conferência de imprensa que se seguiu à reunião, o então subdirector do Departamento de Protecção Civil italiano, Bernardo de Bernardinis, garantiu à população que a elevada actividade sísmica na região nos últimos tempos não constituía perigo.

Apesar da alegação, por parte da defesa, de que a previsão de sismos é uma impossibilidade científica, a condenação dos especialistas baseou-se na invocação de que a mensagem transmitida à população foi demasiado tranquilizadora, não contribuindo para a sua proteção.

O caso, que está a chocar a comunidade científica mundial, já resultou numa carta de contestação, endereçada ao presidente italiano Giorgio Napolitano e assinada por 5000 cientistas que se solidarizaram com os acusados. Resultou também na demissão de altos responsáveis italianos.

24/10/2012

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