Revista Pedra&Cal

Internacionalização do Património

Indíce

04 Editorial
 Vítor Cóias

06 Feira do Património
A caminho da internacionalização do sector
 Inês Costa

10 Universidade de Coimbra, Alta e Sofia
Há 725 anos a construir património
 Clara Almeida Santos

14 O Mosteiro de Santa Clara-a-Velha
Dinamização da Cultura e resgate do Património
 Regis Barbosa

18 Acitores-Samthiago, cooperação empresarial transfronteiriça
A conservação e restauro de órgãos de tubos no panorama ibérico
 Carlos José Abreu da Silva Costa

21 Levantamento das características construtivas e análise da vulnerabilidade sísmica de edifícios tradicionais butaneses
 T. Ilharco, A. A. Costa, J. M. Guedes, B. Quelhas, V. Lopes

24 O Património como vetor de desenvolvimento
Entrevista a Juan Carlos Prieto
 Regis Barbosa e Canto Redondo

28 Spira
A aproximar pessoas do património desde 1998
 Catarina Valença Gonçalves

31 Opinião
Prioridade à qualificação dos recursos humanos – incluindo os da construção
 Vítor Cóias

32 Património e criação de valor
O Programa Centro 2020
 Ana Abrunhosa

34 O património edificado da Região Centro e a ação da Direção Regional
 A. C. Carvalho

38 Palacete da Condessa de Lobão
Os tectos em estuque Arte Nova
 Antero Leite

40 O Restauro de um DC-3
O avião bimotor Dakota
 José António Roxo

42 A salvaguarda do património é um fenómeno internacional
 Miguel Brito Correia

44 Património Industrial e Técnico: Novos desafios para o século XXI
2015 é o Ano Internacional do Património Industrial e Técnico. Esta iniciativa foi abraçada pela nossa Direcção-Geral do Património Cultural, que o definiu como tema das Jornadas Europeias do Património deste ano.
 Leonor Medeiros

47 Programa da Feira do Património

48 Notícias

51 Vida Associativa

Preço: 5,00 €

N.º 59
Internacionalização do Património


EDITORIAL por Vítor Cóias | Diretor da Pedra & Cal

Prestação de serviços especializados de conservação do Património: as PMEs portuguesas estão disponíveis

Várias ideias vêm à mente quando se pensa em "Internacionalização do Património", o tema escolhido para a edição de 2015 da Feira do Património. A mais rápida será a articulação do Património com o Turismo. E não é descabida, sabendo-se das vantagens do turismo cultural sobre o turismo massificado, "low cost", em particular nos países pequenos, como é o nosso.

Do ponto de vista das empresas, porém, a "internacionalização do património" faz pensar, sobretudo nos tempos que vão correndo, em formas de exportar serviços especializados da área da conservação e restauro do património cultural construído, ou seja, dos monumentos, edifícios e conjuntos históricos.

Será isso possível para as empresas portuguesas? Se é possível – e acredito que o seja – para que mercados? Para que tipo de construção?

Penetrar novos mercados nunca é fácil. Prestar serviços de conservação e restauro noutros mercados, ainda o será menos. O segmento restrito da conservação e restauro, quer na vertente técnico-artística, quer na vertente construtiva e estrutural, é, muitas vezes, abordado ao nível regional, por pequenas e médias empresas locais. Isto é o que acontece em muitos países europeus. A tecnologia e a tradição construtiva variam de região para região e, ainda mais, de país para país.

Portugal tem, no entanto, uma tradição universalista... "Moldei as chaves do mundo, a que outros chamaram seu..." E, aonde chegou, construiu. Deste modo, as nossas construções espalham-se pelos cinco continentes e testemunham do nosso saber e da nossa capacidade de realização. A cantaria, a alvenaria, o estuque e a carpintaria são artes com longas tradições entre nós, e que, hoje, um bom número dos nossos projetistas e construtores conhecem bem. Esta tecnologia construtiva é, por outro lado, utilizada tradicionalmente por muito países, sobretudo na bacia mediterrânica, mas também noutros continentes, e constitui a base de muito do seu património cultural construído.

Por outro lado, várias das nossas universidades e centros de investigação de engenharia civil, que, entretanto, granjearam um notável reconhecimento "lá fora", têm vindo a colaborar com algumas das nossas empresas especializadas, desenvolvendo técnicas avançadas de reabilitação construtiva e estrutural de construções antigas.

Portugal está, portanto, apto a desenvolver uma nova frente de exportação: a dos serviços especializados de conservação do património cultural construído, frente que, de resto, se pode estender a outros domínios de intervenção da engenharia estrutural, englobando, por exemplo, a reabilitação sísmica não só de construções antigas, mas também de construções de betão armado.

É este o desafio que se coloca às PMEs especializadas do setor da construção, e um objetivo para o qual merece a pena canalizar os apoios do programa Portugal 2020.


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