Revista Pedra&Cal

Qualificação Profissional e Património Arquitectónico

Indíce

05 EDITORIAL
Qualificação para a Conservação
 V. Cóias e Silva

07 REPORTAGEM
Instituto Politécnico de Tomar

11 ENTREVISTA
Virgolino Ferreira Jorge: "Continua a faltar-nos uma formação específica em conservação do património arquitectónico"
 Cláudia Veloso

15 DIVULGAÇÃO
Especialização em Conservação do Património Arquitectónico para engenheiros civis

17 OPINIÃO
Restaurar. Pôr (construção ou obra de arte) em bom estado; reparar
 Joaquim lnácio Caetano

20 OPINIÃO
Qualificação e formação profissional em Conservação: alguns paradoxos
 José Aguiar

23 OPINIÃO: Sistema de qualificação profissional da Ordem dos Engenheiros
 Francisco Sousa Soares

27 Qualificação profissional e património arquitectónico - Portugal recupera atraso
Em Portugal, a formação específica em Conservação e Restauro do Património Arquitectónico é um processo relativamente recente se tivermos em linha de conta o que se passa noutros países europeus, designada mente em Inglaterra e na Bélgica
 Marina Alves

30 Caso de Estudo: Curso de Especialização em Conservação de Pintura Mural
 Irene Frazão

31 A propósito do encontro GECoRPA "Arquitectura e Engenharia Civil: Qualificação para a Reabilitação" - uma reflexão
 Walter Rossa

33 Divulgação: A formação especializada em património cultural
 Catarina Valença Gonçalves

35 ICCROM e GETTY
Sites sobre a qualificação professional e património arquitectónico
 Nuno Gil

36 Recortes

37 Uma figura do passado
Possidóniod a Silva: um arquitecto memorável
 V. Cóias e Silva

39 Tecnologia- Opinião:
Reboco de reabilitação RHP
 José Antonio Alvarez

43 Projectos & Estaleiros
Obras em Lisboa, Barcarena, Porto e Albufeira

45 VIDA ASSOCIATIVA

47 NOTICIAS

49 AGENDA

51 LIVROS LIDOS

54 Perspectivas: As casas da Picanceira
 Nuno Teotónio Pereira

Preço: 4,48 €

N.º 5
Qualificação Profissional e Património Arquitectónico


De entre as várias profissões chamadas a dar um  contributo
na reabilitação das construções antigas e na conservação
do património  arquitectónico  sobressaem os arquitectos
e os engenheiros  civis.  Os arquitectos,  porque  é a eles que,
frequentemente, compete conceber e planear as grandes linhas
que  devem  orientar  as intervenções;  os engenheiros  civis,
porque  são  eles  que  se encarrregam  de  viabilizar  essas
intervenções ao nível das estruturas e das instalações e são eles,
também, que dirigem  os estaleiros e as obras.
Num  estudo recentemente realizado no Norte  do país sobre a
qualidade dos projectos de estruturas de betão de edifícios, feito
por dois professores universitários1, constatou-se que 64% dos
projectos classificados quanto ao nível da qualidade obtiveram
nota "medíocre"  ou "insuficiente",  e só 2% obtiveram  "bom".
Dado  que, quanto  à qualificação exigida, nada distingue,  em
princípio,  um projecto de um vulgar prédio de habitação do de
uma intervenção  num  edifício  histórico,  cabe perguntar:  se a
generalidade dos nossos projectistas têm este nível de qualidade
ao  lidar  com  edifícios  de  betão  armado  -  material, por
excelência, dos currículos  dos cursos -,  que nível  se poderá
esperar quando  projectarem  com materiais e tecnologias que
quase não foram versadas?
A deficiente qualificação de arquitectos e engenheiros civis para
a reabilitação  dos edifícios  antigos  e para  a conservação do
património  faz-se sentir ao longo  de toda a cadeia de decisão
nas intervenções  destas áreas, desde  o  Dono-da-Obra  ao
Empreiteiro,  passando pelo  Projectista e pela  Fiscalização e
traduz-se, frequentemente,  em prejuízo  para a autenticidade
do  objecto  da  intervenção.  Os  erros  cometidos  podem
desvalorizar o património  arquitectónico de forma irreversível.
Já em  1980 o  Comité  de Ministros  do  Conselho  da  Europa
recomendava  aos governos  dos  estados  membros  que  se
chamasse a atenção das pessoas e instituições  envolvidas  na
formação especializada de arquitectos, urbanistas, engenheiros
civis e paisagistas para um  çonjunto  de princípios  a que essa
formação  deveria  obedecer. Tanto quanto  é possível avaliar,
decorridos quase 20 anos, essas recomendações não estão a ser
seguidas.

v. Cóias e Silva


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