Revista Pedra&Cal

Os caminhos-de-ferro como património cultural

Indíce

02 Editorial

04 Caminho-de-Ferro de Benguela:
Património luso-britânico em solo angolano
 V. CÓIAS E SILVA E A. SEGADÃES TAVARES

08 O Metropolitano de Lisboa
 ALDERICO DOS SANTOS

10 As lições da história ferroviária portuguesa
 ARMÉNIO MATIAS

13 As pontes e o caminho-de-ferro
 J. ANDRADE CORREIA

16 As estações ferroviárias – evolução e história
 SIMÕES DO ROSÁRIO

19 As infraestruturas ferroviárias em Portugal: o século XIX
No final do séc. XVIII e na primeira metade do séc. XIX, foram efectuados os desenvolvimentos que levaram à construção dos primeiros comboios.
 JORGE PAULINO PEREIRA

24 Divulgação

26 Entrevista ao engenheiro Oliveira Martins
Património ferroviário
 ALEXANDRA ABREU

29 Avaliação do estado de conservação de estruturas de betão armado enterradas
 CARLOS MESQUITA

33 Recuperação e limpeza do Pelourinho de Palmela
 JOÃO VARANDAS

34 Antigo Convento de Santa Marta em Lisboa
 CARLOS SÁ NOGUEIRA

36 O caminho-de-ferro na Internet
 JOSÉ MARIA LOBO DE CARVALHO

37 As Leis do Património
Injustiça e fraude fiscais nos impostos sobre o património imobiliário
 A. JAIME MARTINS

40 Notícias

42 O Museu da Carris
 LEONOR SILVA

43 Agenda e Vida Associativa

45 Livraria

48 Associados GECoRPA

52 Património arquitectónico das redes de equipamentos públicos
 NUNO TEOTÓNIO PEREIRA

Preço: 4,48 €

N.º 16
Os caminhos-de-ferro como património cultural


Os caminhos-de-ferro como património cultural: um bom tema para os quatro anos da Pedra & Cal.

Entre nós, os "anos de ouro" dos caminhos-de-ferro não criaram grandes fortunas, como na América. Não existem marcos históricos como o Liverpool & Manchester ou o Semmering. No entanto, assim que, terminadas as lutas liberais, o país conseguiu alguma estabilidade, aderiu, com grande entusiasmo, ao nóvel meio de trasnsporte.

Em Outubro de 1856, D. Pedro V inaugurava, com pompa e circunstância, os primeiros quilómetros de vias em Portugal, de Lisboa ao Carregado e, a partir daí, a rede foi crescendo, com persistente determinação.

"Sou tão enthusiasta pelos caminhos de ferro, que, se fosse possível, obrigava todo o paiz a viajar de comboio durante 6 meses", dia Fontes Pereira de Melo, já em 1883 (segundo o sítio http://comboios.no.sapo.pt/).

As repercussões da nova rede de transportes foram imensas. A ligação entre as cidades e a província contribuiu, para o acesso à "civilização" de um interior ostracizado, e a economia ganhou um renovado impulso. Os caminhos-de-ferro foram, sem dúvida, um dos instrumentos mais poderosos da Regeneração. E o comboio foi rapidamente integrado pela nossa cultura e acarinhado pela nossa gente. Para além do entusiamo dos "fans", os caminhos-de-ferro constituem, hoje, um valioso património construído que o país não pode ignorar e, muito menos, despediçar.

Felizmente, o público parece estar alertado para o valor desse património e, do lado dos responsáveis, os sinais são de vontade de o restaurar e valorizar. De facto, estão em curso um conjunto de iniciativas nesse sentido, como o programa de recuperação das estações e da reactivação de antigas linhas, que a Refer está actualmente empenhada.

Ao longo dos quatro anos de publicação, que este número assinala, a Pedra & Cal tem defendido que o património é muito mais que igrejas e castelos. Os caminhos-de-ferro são um excelente exemplo de que assim é. Por isso, a P&C orgulha-se de dedicar esta edição às ferrovias e aos ferroviários. Agradece a todos os que colaboraram, em particular ao prof. Jorge Paulino Pereira, que coordenou, e a Metropolitano de Lisboa, que patrocinou esta edição da revista.
 

Vítor Cóias e Silva


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