Revista Pedra&Cal

Património Móvel e Integrado

Indíce

02 Editorial

04 A mestria de saber perpetuar a História
AConservação e Restauro do Património Integrado em Portugal tem, na Fundação Ricardo Espírito Santo Silva, um dos seus importantes pilares. É da nossa História que nos fala o património e, neste antigo palácio, essa realidade assume uma dimensão dife
 ALEXANDRASOBREIRA

08 Igreja dos Paulistas
Resgatar o esplendor do Barroco
 RICARDO LUCAS BRANCO, JOSÉ ALBERTO RIBEIRO

11 Restauro do mosaico romano - Painéis já intervencionados
Há muito que se sabe da existência de painéis musivos em Portugal. No entanto, apenas são conhecidas intervenções em mosaicos romanos, a partir do séc. XVIII (1758).
 CARLOS BELOTO

12 A integração dos Saberes
Recuperação do Edifício dos Paços do Concelho de Lisboa
 FRANCISCO DA SILVA DIAS

14 Fundação Calouste Gulbenkian
O apoio ao Património
 JORGE RODRIGUES

16 Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça
Conservação e Restauro de figuras com História
 ISABEL COSTEIRA, FERNANDO DUARTE, LUÍS SEIXAS

17 As Esculturas de barro do Mosteiro de Alcobaça: Um olhar crítico
Há duas perspectivas possíveis de abordar o ciclo da escultura de barro do Mosteiro cisterciense de Alcobaça, cabeça da respectiva congregação em Portugal: a que incide no período da sua criação, envolvendo os séculos XVII e XVIII; e a que se reporta
 CARLOS MOURA

18 A madeira como suporte na pintura: Um olhar pelo versu
Por tradição, entende-se a pintura sobre madeira como uma obra de arte, partindo do princípio que a imagem representada é a totalidade do todo artístico. No caso específico da pintura correntemente denominada por “pintura sobre tábua”, a madeira ence
 FREDERICO HENRIQUES, MIGUEL GARCIA

20 Património Integrado e Arte Colonial Portuguesa
Breve apontamento
 ALEXANDRA CURVELO

22 Arte Contemporânea: quais os critérios de conservação e restauro?
O romper com a tradição por parte dos artistas contemporâneos implica, actualmente, um grande desafio, no que respeita à Conservação e Restauro de obras de Arte.
 MARIANA BASTO

24 Casa Veva de Lima
Um Património doado à cidade
 MÁRIO GOUVEIA, MÁRIO NASCIMENTO

30 Avaliação da segurança das construções face à acção dos sismos
Aqui se apresenta a continuação da análise sobre a segurança estrutural dos edifícios Ae B da Escola Básica 2, 3 Roberto Ivens, em Ponta Delgada
 ANTÓNIO RESSURREIÇÃO, ANTÓNIO CRAVEIRO

32 Reabilitar o Património
A Ermida de Nossa Senhora da Saúde em Tavira foi recentemente alvo de uma intervenção de Reabilitação, tendo sido atribuída à Monumenta, Ld.ª a responsabilidade de execução dos trabalhos
 JOÃO VARANDAS

36 Preservar o Sabor
A produção de vinho é uma parte integrante da nossa vivência, elemento constante no nosso passado e presente. Aqui tratou-se de garantir o seu futuro
 CARLOS FERREIRA, MIGUEL SILVA

38 As Leis do Património
Oacto público: modo de usar
 MIGUEL RESENDE

40 Divulgação
Museu do Canteiro Percursos da tecnologia da pedra

41 Agenda

42 Notícias

44 Vida Associativa

45 Conservação: vítima do seu próprio sucesso
 JOSÉ MARIA LOBO DE CARVALHO

46 Livraria

49 Associados GECoRPA

52 Construir, em vez de reabilitar
Os custos escondidos de políticas erradas
 NUNO TEOTÓNIO PEREIRA

Preço: 4,48 €

N.º 26
Património Móvel e Integrado


É típico das sociedades menos desenvolvidas terem dificuldade em aproveitar bem todos os recursos de que dispõem. Ao contrário, assiste-se, nos países mais "ricos", a um desperdício menor, tirando-se partido dos recursos de uma forma mais rigorosa e eficaz. Por isso, os países pobres e atrasados são-no, em grande parte, mais por culpa própria do que alheia. Portugal dispõe de valiosíssimo e variadíssimo património, seja na esfera cultural – de que o património arquitectónico é apenas uma parte – seja na esfera natural, com as suas serras e planícies, os seus estuários e o seu extenso litoral. O património móvel e, também, o património dito integrado, isto é, aqueles bens culturais que fazem parte ou estão fisicamente adstritos aos imóveis, e que pela sua natureza e história se tornou bem cultural, são exemplos de recursos que bem poderiam ser melhor explorados, se postos ao serviço de um turismo de qualidade. É essa a ideia que ressalta do conteúdo deste número da Pedra & Cal. Sofremos, no entanto, o estigma dos pobres: em lugar de procurar visitantes cultos e selectivos, que nos escolham como destino turístico para connosco usufruírem a nossa herança histórica e a nossa riqueza natural, parecemos apostados em maximizar o turismo de sol e lua - praia durante o dia e copos durante a noite – fórmula enganosa de que outros, mais avisados, se estão a livrar1. De facto, os nossos governantes arranjam todos os meios – legais ou ínvios – para "agilizar" o licenciamento de mais urbanizações, mais hotéis, mais resorts, aparentemente esquecidos de que somos um país pequeno, de que a nossa infaestrutura de abastecimento de água e saneamento não pode suportar tanta gente e de que importamos quase tudo o que esse turismo massificado consome: desde a comida com que se alimenta até à energia e aos combustíveis que gasta. Isto no curto e médio prazo: porque a longo prazo os danos de uma tal política – de que se vão sentir os nossos filhos e netos - são incalculáveis: uma orla costeira betonizada, o melhor das nossas áreas protegidas resortizadas e os nossos centros históricos embalsamados no meio de um urbanismo caótico. Estarei a ser catastrofista? Receio bem que não, se não mudar a visão de quem nos governa e, sobretudo, se não contribuirmos para que surja rapidamente uma massa crítica de cidadãos responsáveis e exigentes, que estimulem e promovam essa mudança. 1 Manuel Castells, em recente entrevista ao "Público": "...esse modelo é insustentável porque é mais fácil fazê-lo noutros países do Terceiro Mundo, mais baratos e menos deteriorados ambientalmente." V. Cóias e Silva, Director

© Copyright Gecorpa. Todos os direitos reservados.
Develop By: Primeway - Creative Business Solutions