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Forte de Santo António da Barra: a incúria foi finalmente vencida

Vista da fachada interior voltada para poente, depois da intervenção desbloqueada pela providência cautelar de quatro associações do Fórum do Património. As obras são provisórias, mas permitiram, ao menos, travar um processo de degradação que
Vista da fachada interior voltada para poente, depois da intervenção desbloqueada pela providência cautelar de quatro associações do Fórum do Património. As obras são provisórias, mas permitiram, ao menos, travar um processo de degradação que

A providência cautelar requerida por quatro associações agregadas ao Fórum do Património, nomeadamente a Associação Portuguesa dos Amigos dos Castelos, a Associação Portuguesa das Casas Antigas, a Associação Cultural de Cascais e o GECoRPA – Grémio do Património, contra três ministérios com tutela sobre o Forte de Santo António da Barra teve efeitos rápidos. O Ministério da Defesa, responsável pela guarda e manutenção do Forte que se encontra desprovido dos necessários recursos financeiros, viu-se obrigado a assinar rapidamente um protocolo de colaboração com a Câmara Municipal de Cascais.

A iniciativa, lançada na sequência duma reportagem surgida semanas antes no Expresso, levou à resolução de um impasse que se arrastava há anos, e à conclusão do referido acordo. O município de Cascais, que até então assistia passivamente aos abusos que vinham sendo cometidos contra o edifício e a sua envolvente, ficou sem qualquer desculpa para intervir e viu-se obrigada a realizar imediatamente as obras de conservação que há muito se impunham.

São obras provisórias destinadas a travar o processo de degradação, que tornaram agora possível o usufruto do local pelo público interessado no valioso património histórico em presença, enquanto se desenvolve um projeto que conduza à sua adequada valorização. É ao desenvolvimento desse projeto que o Fórum do Património vai agora prestar atenção, tendo em vista assegurar o uso compatível da construção e da sua envolvente e evitar a repetição de erros cometidos noutras unidades do património cultural construído do concelho, desvirtuadas por intervenções demasiado intrusivas e pouco consentâneas com os interesses das comunidades locais.

Embora se consubstancie como uma primeira batalha na guerra contra o ataque ao Património cultural, esta ação demonstra como a sociedade civil pode e deve intervir na defesa de uma herança comum a todos. Que o Forte de Santo António da Barra seja de novo reconhecido como um bastião da luta que a cidadania ativa pode travar, com todos os instrumentos legais disponíveis, para recuperar, manter e revalorizar espaços que, sendo de todos, precisam de todos os que deles possam convenientemente cuidar.
04/06/2018

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Vista da fachada interior voltada para poente, depois da intervenção desbloqueada pela providência cautelar de quatro associações do Fórum do Património. As obras são provisórias, mas permitiram, ao menos, travar um processo de degradação que se arrastava há anos.

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