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Sismo de Port au Prince - O efeito em certas zonas de Lisboa de um sismo

O recente sismo de Port au Prince veio pôr a nu graves insuficiências estruturais do parque edificado daquela cidade.

A construção predominante é de betão de má qualidade, sendo os edifícios de vários andares constituídos por lajes de betão armado e paredes de blocos de cimento. Tais edifícios ou não têm pilares ou têm-nos de reduzida resistência. Quando actuou o sismo, as paredes desses edifícios cederam e as lajes de betão armado caíram umas sobre as outras, esmagando quem estivesse no interior.

Acontece que muitos dos edifícios de Lisboa, construídos na primeira metade do século XX, seguem um conceito estrutural semelhante: as paredes são de alvenaria de pedra ou tijolo, frequentemente de má qualidade, e os pavimentos são de betão armado. Se (ou, melhor, quando), actuar em Lisboa um sismo idêntico ao de 1755, esses edifícios terão um comportamento igual aos de Port au Prince. É bom que se tome consciência disso.

Para além destes edifícios, que ocorrem em zonas como Bairro Azul, Avenidas Novas, Alvalade, um sismo como o de 1755 terá efeitos devastadores idênticos aos do recente sismo do Haiti, em zonas de prédios muito mais antigos e degradados, como a Baixa Pombalina e outros bairros históricos de Lisboa.

Consciente da situação de vulnerabilidade estrutural de grande parte do edificado de Lisboa – e de outras cidades do País – o GECoRPA entende ser seu dever alertar os responsáveis e a sociedade civil.

Vítor Cóias
21/07/2011

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