Interior do Quarteirão das Cardosas, Porto | Porto Vivo SRU

A intervenção de "reabilitação" do Quarteirão das Cardosas, no centro histórico portuense, distinguido em 1996 como Património Cultural da Humanidade, pela UNESCO, não cumpre as boas práticas, afirma o ICOMOS.

O ICOMOS afirma que o Estado português não avisou a Comissão Nacional da UNESCO do início das obras, promovidas pela Porto Vivo Sociedade de Reabilitação Urbana.

Além disso, o organismo considera que os trabalhos realizados no Quarteirão das Cardosas não se pautam pelos critérios de conservação patentes no Plano de Gestão do Centro Histórico enviado em 2009 ao Centro do Património Mundial da UNESCO.

No documento era defendida a reabilitação do Quarteirão das Cardosas, mas o ICOMOS acusa a Porto Vivo Sociedade de Reabilitação Urbana de ter destruído património, mantendo apenas alguns elementos das construções originais, como as fachadas.

As obras, aponta o organismo, apagaram as marcas da época, uma das características que valeu ao centro histórico do Porto a distinção como Património da Humanidade.

Em cima da mesa pode estar mesmo uma monitorização mais rígida do património em questão ou até mesmo o retirar da qualificação, avança o ICOMOS. A decisão deverá ser tomada na próxima reunião do Comité do Património Mundial da UNESCO, em julho.