Um projeto pioneiro visa analisar a arquitetura rural observada na região transfronteiriça do Douro Internacional e perceber o impacto da agricultura para a criação de diferentes formas arquitetónicas nestes territórios.

A iniciativa, desenvolvida pela Universidade Lusíada do Porto, pela Universidade Técnica de Lisboa e pela Escola Técnica Superior de Valladolid, centra-se na morfologia e organização das construções rurais erguidas dos dois lados da fronteira. Em terras lusas, o estudo abarca os concelhos de Vimioso, Miranda do Douro e Mogadouro. Já em Espanha, a Província de Zamora é a zona de maior destaque.

A equipa destaca a influência da escala e dos materiais utilizados pelos habitantes das zonas rurais para a caracterização da arquitetura das respetivas regiões, focando-se na organização dos espaços públicos e privados e na importância dos vazios para as comunidades.

Financiado em 75 mil euros pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, o projeto, com a duração de três anos, procura valorizar o território do interior do país, que tem vindo a ser assolado pela desertificação. A manutenção da identidade rural deste património e a valorização das comunidades de fronteira são alguns dos objetivos, integrados no crescente esforço de conhecimento científico sobre os ambientes patrimoniais europeus.