“Esta certificação atribui credibilidade ao destino, pois certifica a qualidade do céu e a sua disponibilidade e a qualidade dos serviços”, afirma Apolónia Rodrigues, responsável pelo projeto, em declarações ao GECoRPA – Grémio do Património.
Determinantes para a certificação foram as características únicas associadas à observação celeste noturna na região, das quais se destacam os fracos níveis de poluição visual e uma média de 286 noites sem nuvens por ano, uma situação excecional a nível europeu, que terá a capacidade de captar e incrementar turismo nesta área para o Alentejo.
O Alqueva possui ainda “uma rota turística associada ao astro-turismo com serviços e unidades adequadas às necessidades destes turistas”, revela a representante. A Rota Dark Sky® Alqueva, criada pela Reserva, inclui empresas certificadas para proporcionar serviços de alojamento, restauração e animação aos “astro-turistas”.
Observação de estrelas, de pássaros ou de vida noturna, tal como atividades de orientação, astrofotografia ou ceias nas margens do Alqueva, são algumas das atividades sugeridas na Rota. Os turistas poderão ainda participar em passeios pedestres e a cavalo, receber massagens, efetuar provas de vinhos ou realizar passeios de canoa. A iniciativa é coordenada pela Genuineland – Rede de Turismo de Aldeia do Alentejo, em parceria com a TGLA – Turismo Terras do Grande Lago do Alqueva, EDIA, SA e CCDR Alentejo e com a Associação Portuguesa de Astrónomos Amadores.
A Reserva Dark Sky® Alqueva estende-se aos Municípios de Portel, Reguengos de Monsaraz, Alandroal, Mourão, Moura e Barrancos. Para estes Concelhos, a integração no projeto significou “a criação de um produto inovador, com elevada capacidade de atratividade, mas também um desafio no que respeita à diminuição da poluição luminosa”, acredita Apolónia Rodrigues.
De forma a proporcionar condições de receção aos astro-turistas que visitam o Alqueva, foi necessário “adquirir equipamentos de observação astronómica (telescópios), câmaras fotográficas e outros auxiliares”, explica a representante. “Para além disto, foi preciso adaptar o funcionamento das unidades de alojamento para que pudessem incluir check-out e pequeno-almoço tardio, dado que as observações astronómicas ou sessões de astrofotografia podem ocorrer até às 5/6 horas da manhã”, refere.
O investimento parece, no entanto, trazer retorno. A responsável defende que a creditação do Alqueva como destino turístico noturno pode contribuir para atrair mais turistas para o país. “Portugal tem muitas oportunidades de criar produtos que respondam às tendências de mercado”, considera.
A aposta no neste tipo de turismo é uma vertente ainda pouco explorada, permitindo ao Dark Sky® Alqueva conquistar uma posição privilegiada face a novos mercados e conseguir impactos positivos para a região. A iniciativa pode ainda constituir uma alternativa sustentável a nível económico e ambiental, nomeadamente no que respeita à redução da fatura energética.
