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Linha do Tua permanece com destino incerto

Linha do Tua
Linha do Tua

Após a decisão do IGESPAR de arquivar o processo de classificação, o movimento em defesa da linha do Tua apresentou uma providência cautelar no Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto com o intuito de suspender o parecer.

A alegação dos proponentes da candidatura é a de que uma série de ilegalidades ocorreram no processo, destacando-se a inexistência de audiência prévia. Referem também que houve um grande contraste na forma como o IGESPAR tratou a abertura e o encerramento do processo.

Enquanto o procedimento de abertura demorou três meses até ser publicado em Diário da República, o despacho do arquivamento do processo saiu no Diário da República em menos de 10 dias. Vale a pena lembrar que o parecer emitido no dia 3 de Novembro pela Secção do Património Arquitectónico e Arqueológico do Conselho Nacional de Cultura concluiu que a Linha do Tua não tem interesse do ponto de vista arqueológico, arquitectónico, artístico, etnográfico, científico, técnico e industrial que justificasse a requerida classificação. Mesmo o património imaterial associado à linha férrea não daria razões para uma classificação, podendo ser salvaguardado através de um núcleo museológico, segundo o documento. A construção da barragem na foz do Tua vai submergir 16km de ferrovia, o que irá inviabilizar qualquer retoma da sua funcionalidade. Inaugurada em 27 de Outubro de 1887, a Linha do Tua ligava o Tua a Mirandela, tendo posteriormente sido ampliada até Bragança (1906). A obra teve como responsável o engenheiro Dinis da Mota, um dos grandes engenheiros portugueses do século XIX, que conseguiu vencer as diversas dificuldades impostas pelo terreno. A linha férrea também serviu de inspiração para diversas obras artísticas, das quais uma das mais recentes é o premiado documentário “Pare, escute, olhe”, de Jorge Pelicano.
21/07/2011

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