"Esperamos que a ação-piloto em Covas do Monte seja o arranque para um processo mais alargado de realização regular de ações de voluntariado emblemáticas, capazes de inspirar e mobilizar um amplo conjunto de atores", destaca Ana Costa Pinho ao GECoRPA - Grémio do Património. O principal objetivo é, segundo a representante da TERRA AMADA, a "realização de projetos comuns em prol do desenvolvimento local, da coesão social e territorial, da solidariedade intergeracional e da conservação do património material e imaterial das nossas aldeias rurais".
A vetusta aldeia de Covas do Monte situa-se no maciço da Gralheira, a escassas dezenas de quilómetros a norte de S. Pedro do Sul, distrito de Viseu. É conhecida pelo seu rebanho comunitário de cerca de 2000 cabras, que, a par da agricultura de subsistência, tem permitido à sua diminuta população manter a estrutura económica original.
Neste caso concreto, as principais necessidades a dar resposta prendem-se com a melhoria das acessibilidades, "um problema bastante presente numa aldeia serrana habitada por população idosa mas bastante ativa e que precisa de se locomover", revela Ana Costa Pinho.
Outra das questões importantes é a "melhoria das condições de salubridade e conforto de alguns espaços habitacionais", bem como "a conservação e reposição do pleno funcionamento de equipamentos de uso coletivo que têm grande valor patrimonial, como sejam a azenha, que tem cerca de duzentos anos, e o moinho de milho", acrescentou a responsável.
Irão ainda ser feitas outras pequenas obras que se ligam com o apoio à atividade principal da aldeia, o pastoreio, e uma intervenção de conservação na sede da associação local, o único espaço de encontro social e recreativo de Covas do Monte.
A iniciativa TERRA AMADA, promovida pelo núcleo de Viseu da Universidade Católica, centra-se no desenvolvimento de ações de voluntariado, abertas à participação de alunos de cursos de arquitetura nacionais e estrangeiros, com o objetivo de realizar intervenções de conservação e reabilitação em aldeias rurais. Estas intervenções deverão dar resposta às necessidades mais prementes do aglomerado, em particular no que respeita a melhorar a qualidade de vida de populações, conservar e reabilitar o património material e imaterial (ligado às artes e ofícios tradicionais) e contribuir para o desenvolvimento local.
"Esperamos que esta seja a pedra angular de ações que, ao mobilizar tantas vertentes da nossa sociedade para trabalhar em conjunto, de forma cooperante e solidária para um objetivo comum, contribua para o benefício de todos", afirma Ana Costa Pinho. A representante do projeto acredita que a iniciativa "não só irá contribuir para preservar o nosso passado, como para a construção da sociedade que queremos no futuro".
O Grémio do Património propõe-se apoiar a iniciativa em duas fases: Na fase de conceção das intervenções selecionadas, aconselhando quanto às soluções de reabilitação a adotar, tendo em vista a sua compatibilidade e integração com as técnicas e materiais originais; Na fase de execução, mobilizando as empresas e profissionais seus associados para a cedência de encarregados e operários especializados para acompanhar os alunos, e para o fornecimento de materiais a utilizar nessas intervenções.
