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Rui Pinho, professor na universidade de Pavia, comenta as "spin-offs" das universidades portuguesas

Rui Pinho e Vítor Cóias
Rui Pinho e Vítor Cóias

O número de "spin-offs" com ligação às universidades portuguesas aumentou extraordinariamente de 2010 para 2011. De acordo com Rui Pinho, Secretário-geral da Fundação GEM (Global Earthquake Model) e docente na Universidade de Pavia, este é um cenário de crescimento muito positivo. Adverte, no entanto, para a importância de, cada vez mais, as spin-offs alcançarem projecção e mediatismo, combatendo assim a tendência que as universidades registam de se retraírem relativamente à publicitação dos seus produtos e resultados.

No âmbito de uma entrevista realizada para a revista Pedra & Cal, no passado dia 10 de Fevereiro, o professor Rui Pinho, Secretário-geral da Fundação GEM (Global Earthquake Model) – organização que tem por missão mobilizar a comunidade internacional para a concepção, desenvolvimento e implementação de modelos e ferramentas para avaliação do risco sísmico – defendeu a necessidade das universidades portuguesas apostarem, cada vez mais, na criação de spin-offs.
O conceito de spin-offs refere-se a pequenos ou micro negócios que surgem maioritariamente no contexto de grupos que se desenvolvem em ambiente universitário e se dedicam à investigação. Traduzem-se na criação de novas empresas dedicadas à exploração de produtos inovadores, relacionados com tecnologia.
O número de spin-offs com ligação às universidades portuguesas aumentou extraordinariamente de 2010 para 2011, de acordo com a edição de 4 de Fevereiro do jornal Público, destacando-se as Universidades do Porto e do Minho. A última concluiu, na sequência de um estudo, que esses projectos em 2011 representaram 362 milhões de euros em volume de negócio e 2226 postos de trabalho. A Agência de Inovação, por sua vez, verificou que a taxa de crescimento média anual das spin-offs relativamente a vendas era de 11%, contra os dois por cento negativos das "outras empresas", registando-se o mesmo em relação às exportações.
De acordo com Rui Pinho, docente na Universidade de Pavia, este é um cenário de crescimento louvável. Adverte, no entanto, para a importância de, cada vez mais, as spin-offs alcançarem projecção e mediatismo, combatendo assim a tendência que as universidades registam de se retraírem relativamente à publicitação desses produtos e desses resultados. Pinho considera que esta é uma limitação característica não só de Portugal como dos ambientes europeus não anglo-saxónicos. O problema base, na sua opinião, é precisamente a lacuna de uma actividade estruturada no plano do marketing, apontado como palavra tabu no ambiente académico, o que acaba por se reflectir na falta de promoção comercial, indispensável para o sucesso e crescimento das spin-offs.

17/02/2012

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